Entre 30 tipos de produtores rurais brasileiros, pecuaristas apareceram como os mais interessados em investir em novas tecnologias para ampliar a produtividade, e mais de 50% dos criadores de gado elencaram a busca do aumento de arrobas por hectare como prioridade, de acordo com estudo realizado pela empresa de pesquisa Inteligência no Agro (INA)
O levantamento feito em julho com quase 500 produtores rurais em todos os Estados do país, indicou que aproximadamente 7% dos entrevistados apontaram como prioridade o investimento em novas tecnologias nos próximos 12 meses. O tema do aumento de produtividade para os pecuaristas, que responderam por mais de 36% dos entrevistados na pesquisa, é tão importante para esta categoria como o pagamento de financiamentos já tomados. Uma parcela também disse que buscará priorizar o processamento da própria produção, assim como a agregação de valor. A pesquisa foi realizada em um momento em que o ganho de produtividade na pecuária é apontado como uma das formas de combater o desmatamento, assunto que tem mobilizado ações de frigoríficos em busca de uma maior sustentabilidade na cadeia produtiva diante da forte pressão internacional. Na pecuária, a busca por maior produtividade passa por aumento no número de animais em confinamento ou semiconfinamento, sistemas menos utilizados no Brasil, cujas criações em sua grande maioria ainda são alimentadas principalmente com pasto, e não com rações. Mais recentemente, preços recordes da arroba bovina no Brasil, acima de 250 reais, conforme indicador Boi Gordo Cepea/B3, também são incentivo para melhorar a produtividade. “Sim, favorecem muito. Outro ponto que favorece o confinamento é a possibilidade de rastreabilidade de todo o histórico do gado, aumentando assim as chances de o produto ser exportado”, disse à Reuters o sócio da INA, Edson Fávero Júnior, lembrando que na exportação a arroba tem valor maior valor. O confinamento tem possibilitado a produção de 6 a 8 arrobas por um período de 90 dias, contra a produtividade de 3 a 4 arrobas por hectare/ano, citou a INA, acreditando que o uso desse sistema de criação intensivo deve dar um salto em 2020. Enquanto os Estados Unidos produzem 11 milhões de toneladas/ano de carne (equivalente carcaça), com 89 milhões de bovinos, o Brasil com um rebanho mais de duas vezes maior obtém 10 milhões de toneladas, disse o especialista.
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Fonte: REUTERS