O dólar fechou na máxima em três semanas contra o real na segunda-feira, afetado por aguda aversão a risco nos mercados globais em meio a temores de novas restrições econômicas por causa do coronavírus, com incertezas eleitorais nos EUA também aumentando a apreensão dos agentes financeiros
O real já vinha de perda expressiva na sexta, quando o dólar saltou 2,8%, o que conteve o movimento de apreciação desta segunda. O dólar à vista subiu 0,43%, a 5,4000 reais na venda. É o maior patamar desde 31 de agosto (5,4807 reais). O índice do dólar ante uma cesta de divisas fortes saltava 0,65% no fim da tarde, a caminho da maior valorização diária em um mês. O mercado demandou a segurança da moeda dos Estados Unidos em meio a notícias de que o Reino Unido está considerando um segundo lockdown nacional, enquanto Dinamarca, Grécia e Espanha introduziram novas restrições à atividade. O Ministro da Saúde da Alemanha disse que a elevação de novas infecções em países como França, Áustria e Holanda é preocupante. O Citi disse que passou a ficar “mais negativo” em relação a moedas emergentes à medida que se aproxima a eleição norte-americana. O humor geral também foi afetado na sessão por reportagem sobre como vários bancos globais movimentaram grandes somas de fundos supostamente ilícitos ao longo de quase duas décadas. O que preocupa é que fatores externos pegam o mercado de câmbio num momento já delicado devido a desconfianças do lado doméstico, com o turvo cenário fiscal e para reformas levando operadores a alvejar ativos de renda fixa, o que contamina o sentimento para o real e a bolsa. A taxa do contrato de DI para janeiro 2025 disparou 23 pontos-base na máxima do dia, depois de na sexta ter voado 37 pontos-base entre o pico e o fechamento do pregão anterior, indicativo da forte volatilidade no mercado de juros pelo receio sobre as contas públicas. O humor do mercado virou conforme os preços na renda fixa se deterioraram diante de pressão nas negociações com títulos públicos, derivada de dúvidas sobre a capacidade do Tesouro Nacional de refinanciar a dívida pública.
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Fonte:REUTERS