O dólar fechou em leve alta ante o real na sexta-feira, com investidores demandando proteção antes do fim de semana depois de mais uma sessão instável nos mercados internacionais
O dólar à vista teve ganho de 0,25%, a 5,3331 reais. A moeda oscilou entre alta de 0,57%, para 5,3501 reais, durante a tarde, e queda de 1,13%, para 5,2600 reais, ainda pela manhã. Na semana, a divisa ganhou 0,47%. Em setembro, recua 2,69%. No plano doméstico, operadores comentaram decisão do Ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), de que o Presidente Jair Bolsonaro preste depoimento pessoalmente no âmbito do inquérito que aponta suposta interferência dele na Polícia Federal. O Ministro negou pedido feito pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, para que o chefe do Executivo fosse interrogado por escrito, informou o STF na sexta-feira. A percepção é que a discussão sobre a agenda de reformas pode ser prejudicada conforme o Presidente segue às voltas com questões de fora do âmbito econômico. O mercado também percebeu o Presidente Jair Bolsonaro mais preocupado com potenciais efeitos da valorização do dólar no sentimento do eleitor, depois de recente ganho de popularidade apontado por pesquisas de opinião. Na quinta-feira, o Presidente disse que o valor da moeda norte-americana está alto e que estava tendo conversas com ministros e o Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, sobre o que poderia ser feito para atenuar o movimento dentro das regras de mercado. Em nenhum outro mercado relevante o dólar subiu tanto neste ano, em termos nominais, com valorização de 32,90%. Isso deixa o desalinhamento médio da taxa de câmbio no Brasil negativo em 22,0% –ou seja, o real está neste ano 22,0% mais fraco do que o sugerido pelos fundamentos, segundo estudo da Fundação Getulio Vargas (FGV). E, de acordo com Emerson Marçal –coordenador do Centro de Macroeconomia Aplicada da Escola de Economia de São Paulo da FGV(FGV EESP) e um dos autores do estudo “a incerteza fiscal e política tem influenciado no desvio negativo em 2020”, disse Marçal em entrevista à Reuters, destacando ainda os efeitos da pandemia na economia.
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Fonte:Reuters