A quantidade de cana-de-açúcar processada pelas unidades produtoras do Centro-Sul somou 42,11 milhões de toneladas na segunda quinzena de agosto. O resultado é 12,21% inferior às 47,97 milhões registradas no mesmo período de 2019.
No acumulado da safra 2020/2021, a moagem alcançou 415,09 milhões de toneladas, um aumento de 3,83% sobre as 399,79 milhões processadas em igual período do ciclo 2019/2020.
Para o diretor técnico da UNICA, Antonio de Padua Rodrigues, “a redução no ritmo de moagem nos últimos quinzes dias de agosto decorre das chuvas que impactaram a operacionalização da colheita em algumas regiões canavieiras do Centro-Sul”.
Com efeito, as maiores reduções de moagem foram observadas no Estado do Paraná e Mato Grosso do Sul. Em São Paulo, as regiões de Assis e Piracicaba foram as mais impactadas. Localidades como Ribeirão Preto e São José do Rio Preto não registraram redução quinzenal de moagem em decorrência das chuvas. “Nessas regiões, o clima seco permaneceu e pode influenciar a produtividade da lavoura nos próximos meses”, esclareceu Rodrigues.
A qualidade da matéria-prima processada na segunda quinzena de agosto, mensurada a partir da concentração de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR), atingiu 156,07 kg por tonelada em 2020 contra 151,01 kg verificados na mesma quinzena da safra passada. No acumulado até 1º de setembro deste ano, o indicador de qualidade alcançou 139,34 kg de ATR por tonelada de cana-de-açúcar – 4,54% superior ao valor apurado no último ciclo agrícola.
Em relação ao número de usinas em operação, 261 unidades estavam em funcionamento até dia 1º de setembro de 2020 – mesmo número registrado em igual data do último ano.
Produção de açúcar e de etanol
Na segunda metade de agosto de 2020, a produção de açúcar atingiu 2,93 milhões de toneladas, montante 16,34% superior aos 2,52 milhões de toneladas produzidas no último ano. No acumulado de abril até 1º de setembro, a fabricação do adoçante totaliza 25,89 milhões de toneladas – crescimento de 43,76%.
“Do aumento total de 7,88 milhões de toneladas na produção de açúcar observado até o momento, cerca de 6,04 milhões derivam da mudança do mix de produção e os outros 1,84 milhão resultam do avanço da moagem e da melhor qualidade da matéria-prima colhida”, explica Rodrigues.
Desde o início da safra 2020/2021 até 1º de setembro, 46,99% da matéria-prima foi destinada a fabricação do adoçante, ante 35,48% no mesmo período de 2019. “Apesar da maior procura pelo produto brasileiro, o mix de produção das usinas do Centro-Sul permanece aquém do registrado na safra 2017/2018, quando atingiu pico de 48,69%”, completou Rodrigues.
Números oficiais da Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) indicam que em agosto de 2020 foram exportados 3,47 milhões de toneladas. O resultado, além de representar um recorde de exportações na série histórica do adoçante para o mês, indica também um aumento de 119% sobre o valor apurado em agosto do ano passado.
A produção de etanol, por sua vez, alcançou 2,16 bilhões de litros na segunda quinzena de agosto, contra 2,73 bilhões fabricados em igual período do ciclo 2019/2020. Do total, o hidratado representou 1,50 bilhão de litros e o anidro somou 659,46 milhões de litros.
O volume de etanol produzido no acumulado da safra 2020/2021 totalizou 18,97 bilhões de litros, 7,10% inferior ao assinalado na última safra. Do total, foram fabricados 910,57 milhões de litros de etanol de milho, registrando crescimento de 99,60% em relação ao volume produzido em igual período do ano passado.
Vendas de etanol
O volume de etanol comercializado pelas unidades produtoras do Centro-Sul atingiu 2,69 bilhões de litros em agosto, com queda de 13,3% na comparação com o valor registrado em igual período de 2019. Do montante, 306,34 milhões de litros foram direcionados ao mercado externo e 2,38 bilhões de litros comercializados domesticamente.
As vendas de hidratado no mercado interno continuam abaixo de 2019, somando pelo segundo mês consecutivo a comercialização 1,60 bilhão de litros – queda de 20,54% na comparação com os valores observados no mesmo período do ano anterior. As vendas de anidro, por sua vez, atingiram 794,85 milhões de litros em agosto de 2020, volume 2,60% inferior as saídas registradas em igual período de 2019 (816,09 milhões de litros).
Os envios de etanol para o mercado externo, por outro lado, atingiram 306,34 milhões de litros em agosto – aumento de 6,28% em relação ao mesmo mês de 2019. De abril até 1º de setembro, o volume destinado à exportação totalizou 1,10 bilhão de litros, crescimento de 25,17%.
“A maior demanda por etanol no mercado externo e as vendas de álcool outros fins atenuaram parcialmente o impacto da queda na demanda por combustíveis no mercado interno”, analisa Rodrigues.
No acumulado desde o início da safra 2020/2021 até 1º de setembro, as vendas de etanol pelas unidades produtoras do Centro-Sul somam 11,74 bilhões de litros, com retração de 17,85% na comparação com mesmo período de 2019. Desse total, 10,64 bilhões foram destinados ao mercado interno (queda de 20,64%).
Fonte: Unica