A produção de açúcar cresceu 51,04% na primeira metade de agosto deste ano e atingiu 3,22 milhões de toneladas, contra 2,13 milhões de toneladas verificadas em idêntica quinzena do ano anterior. O volume é resultado de uma maior proporção de matéria-prima direcionada à fabricação do adoçante: 47,66% da cana-de-açúcar foi destinada à produção de açúcar, ante 35,68% registrados na mesma data de 2019.
No acumulado desde o início da safra 2020/2021 até 16 de agosto, a produção de açúcar alcançou 22,95 milhões de toneladas, contra 15,49 milhões de toneladas verificadas na mesma data do ciclo 2019/2020.
“O aumento de 7,46 milhões de toneladas na produção de açúcar registrada até o momento reflete o incremento na disponibilidade de matéria-prima e a maior procura pelo produto brasileiro. Desse total, cerca de 5,4 milhões decorreram da alteração do mix de produção e o restante do avanço de moagem e melhor qualidade da cana colhida”, explicou Rodrigues.
O volume fabricado de etanol, por sua vez, alcançou 2,27 bilhões de litros na primeira quinzena de agosto, sendo 718,17 milhões de litros de etanol anidro e 1,56 bilhão de litros de etanol hidratado. Desse total, 92,55 milhões de litros foram fabricados a partir do milho.
A fabricação acumulada de etanol teve retração de 6,44%, totalizando 16,81 bilhões de litros, sendo 4,96 bilhões de litros de etanol anidro e 11,85 bilhões de litros de etanol hidratado. Do total fabricado, 807,58 milhões de litros do biocombustível foram produzidos a partir do milho.
Moagem e ATR
A quantidade de cana-de-açúcar processada pelas usinas do Centro-Sul somou 46,40 milhões de toneladas na 1ª metade de agosto, aumento de 8,26% sobre o valor apurado na mesma quinzena da safra 2019/2020. No acumulado desde o início do ciclo 2020/2021 até 16 de agosto, a moagem atingiu 373,00 milhões de toneladas – crescimento de 6,02% no comparativo com o mesmo período da última safra.
Para o diretor técnico da UNICA, Antonio de Padua Rodrigues, “com mais de 60% da safra concluída, o volume de chuvas muito abaixo da referência histórica na região canavieira do Centro-Sul permitiu condições favoráveis à operacionalização da colheita e estimulou a concentração de açúcares na planta, aumentando a quantidade de ATR disponível para fabricação de açúcar e etanol”.
Com efeito, a qualidade da matéria-prima, mensurada em kg de ATR por tonelada de cana colhida, atingiu 137,41 kg no acumulado desde o início da safra até 16 de agosto, contra 130,87 kg no ciclo 2019/2020. No comparativo quinzenal, o crescimento alcançou 4,46%: 152,64 kg de ATR por tonelada na primeira metade de agosto de 2020, ante 146,13 kg verificados no mesmo período do ano passado.
“Vamos continuar monitorando a evolução da qualidade da matéria-prima e da produtividade agrícola, pois a estiagem ocorrida nos últimos 90 dias e as chuvas das últimas semanas podem ter afetado de forma diferenciada o canavial do Centro-Sul”. Essa condição climática poderá impactar o rendimento da lavoura e a concentração de açúcar a ser observada nas próximas quinzenas, concluiu Rodrigues.
Em relação ao número de usinas em operação, 261 empresas registraram produção até dia 16 de agosto, ante 260 unidades industriais em igual data do último ano.
Comercialização de açúcar e de etanol
O volume de etanol comercializado pelas unidades produtoras nos primeiros quinze dias de agosto deste ano somou 1,20 bilhão de litros, com retração de 18,08% no comparativo com igual período de 2019 (1,47 bilhão de litros). Desse total, 66,65 milhões de litros foram destinados para o mercado externo e 1,14 bilhão de litros foram vendidos domesticamente.
No mercado interno, as vendas de etanol hidratado alcançaram 757,69 milhões de litros na primeira metade de agosto, com redução de 21,59% sobre o montante apurado no mesmo período da última safra (966,28 milhões de litros). A quantidade comercializada de etanol anidro, por sua vez, chegou a 379,76 milhões de litros em 2020 contra 396,21 milhões de litros em 2019.
A venda de álcool não carburante registrou o menor volume quinzenal desde o início da safra. Nos primeiros quinze dias de agosto, o volume comercializado atingiu 49,71 milhões de litros – crescimento de 10,19% sobre a mesma quinzena de 2019. No acumulado do atual ciclo, o volume soma 529,92 milhões de litros, indicando um incremento de 50,83% ao registrado em igual período da última safra.
Apesar da melhora, no acumulado desde o início da safra 2020/2021 até 16 de agosto, as vendas de etanol pelas empresas do Centro-Sul acumulam retração de 18,98%, somando 10,26 bilhões de litros. Desse total, 865,37 milhões de litros foram destinados à exportação e 9,39 bilhões ao mercado interno.
“O setor ainda sente o forte efeito da retração na demanda causada pela pandemia. Estamos distantes do que era considerado normal, por isso reforçamos a importância mantermos a Tarifa Externa Comum (TEC) do Mercosul para o etanol estrangeiro que entra no Brasil. O país é autossuficiente em biocombustível e o livre comércio precisaria vir acompanhado de uma abertura para dos EUA para o açúcar nosso”, analisa Padua.
Fonte:Unica