Cenario Rural

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Abate de vacas cai ao menor nível desde 2002

O movimento de frigoríficos em busca de animais mais jovens para o abate em meio à queda na oferta tem incentivado pecuaristas a aumentar a produção de bezerros. O criador é estimulado a reter as vacas para a reprodução pelos altos preços pagos por animais jovens, com valores acima de R$ 2.050 por cabeça, avalia a consultoria Agrifatto

Esse cenário também resulta em redução de 3% na quantidade de fêmeas disponíveis para o abate em 2020, de 38% ante 41% no ano passado, um dos menores níveis da história. De acordo com a consultoria, a mudança no ciclo pecuário, com a maior retenção de fêmeas em comparação aos anos anteriores, deve reduzir o volume de animais abatidos em pouco mais de 3 milhões de cabeças neste ano, de 39,9 milhões para 36,7 milhões. Junto a isso, o ajuste produtivo ocasionado pela pandemia do coronavírus no primeiro semestre resultou em um dos mais baixos números de fêmeas abatidas, com 17,46 milhões entre janeiro e junho, o menor número desde 2009. Há em curso uma mudança no padrão de abate dessas fêmeas, já que as vacas com mais de 24 meses devem ter a menor participação no abate total desde 2002, com uma representatividade de 27%, de acordo com monitoramento da consultoria. Com a demanda externa crescente e a redução da oferta, os animais de reposição (bezerro e boi magro) têm sido negociados em patamares recordes reais. No entanto, os custos com a alimentação continuam elevados, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). A desvalorização do real frente ao dólar também tem encarecido insumos importantes, que são importados. Nesse contexto, o Ipea entende que muitos pecuaristas têm diminuído o volume de novos lotes de animais a serem enviados ao confinamento, o que pode “reforçar a restrição de oferta de boi gordo para o abate no próximo trimestre”. “A valorização da arroba continuaria, portanto, atrelada basicamente ao volume exportado, tendo em vista a possibilidade de que o consumo doméstico siga retraído em função da diminuição da renda”, completa. Segundo a instituição, também se confirmaram as expectativas de que, no segundo trimestre de 2020, a junção entre finalização da safra, entressafra e manutenção da demanda internacional sustentasse os preços da arroba bovina. “Ainda que a demanda interna estivesse arrefecida, o indicador Esalq/B3 do preço do boi gordo teve alta de 3,4% entre o primeiro e o segundo trimestre de 2020. Quando comparado em relação ao mesmo período de 2019, a alta é ainda mais expressiva, de 31,2%”, observa o Ipea.

Leia a notícia na íntegra no Abrafrigo

Fonte: GLOBO RURAL

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