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Embrapa e Fundação Bahia orientam produtores sobre ocorrência da podridão radicular de Phytophthora na região oeste da Bahia

Pesquisadores da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, confirmaram a ocorrência de podridão radicular de Phytophthora, em plantas de soja coletadas na região oeste da Bahia. O diagnóstico foi obtido em plantas coletadas a campo em dezembro de 2019. A ocorrência da doença foi comunicada à Associação Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (ADAB). O alerta aos produtores da região está sendo feito em parceria com a Fundação Bahia.

Os primeiros sintomas da doença na região iniciaram na safra 2017/2018, quando ocorreu morte de plântulas e de plantas adultas com apodrecimento da raiz e escurecimento da haste. Tentativas para confirmação da causa do problema foram realizadas à época mas, no entanto, não foram observadas as estruturas típicas do patógeno nas amostras coletadas. “É um patógeno de difícil detecção, precisa ser feito um exame minucioso das raízes das plantas“, explica a pesquisadora Claudine Seixas, da Embrapa Soja, que atuou junto com pesquisadores da Embrapa Algodão e da Embrapa Cerrados, lotados no oeste baiano.

Em meados de dezembro de 2019, técnicos da Fundação Bahia e pesquisadores da Embrapa, coletaram novas amostras de raízes de plantas de soja, de diferentes cultivares com os mesmos sintomas já verificados anteriormente na região e, nesse caso, foi confirmada a presença de estruturas características do patógeno, confirmando-se assim a causa dos sintomas observados.

Os sintomas da podridão radicular de Phytophthora podem ser observados desde a pré-emergência até o enchimento de grãos. Pode ocorrer apodrecimento de sementes resultando em falhas no estande inicial e necessidade de ressemeadura de área. As plantas jovens, que são mais suscetíveis, morrem rapidamente. Plantas adultas morrem lentamente, as raízes apodrecem, tornando marrom-escuras, que progride para a haste e pode atingir as hastes laterais, as folhas amarelecem e secam. Os sintomas ocorrem em reboleiras ou plantas isoladas, em áreas de solo compactado e/ou com acúmulo de umidade.

“O patógeno não se dissemina pelo vento e o controle é feito pelo uso de cultivares de soja resistentes, assim como com tratamento de sementes com produtos específicos para esse tipo de patógeno e com o bom manejo do solo que evite o acúmulo de água na superfície”, indica Rafael Soares, pesquisador responsável pelos testes de reação de linhagens do programa de melhoramento genético de soja da Embrapa. “No Brasil, plantas com sintomas da doença já foram encontradas nos Estados do Rio Grande do Sul, do Paraná, de Santa Catarina, de Mato Grosso do Sul, de Minas Gerais, de Goiás, de Mato Grosso, do Tocantins e de São Paulo”, complementa Soares.

“A Fundação BA, Embrapa e  instituições parceiras estão intensificando as pesquisas visando determinar quais patótipo de P. sojae estão presentes na região, para possibilitar mais agilidade e precisão na obtenção e a indicação de cultivares resistentes adaptadas à região”, explica o pesquisador Geraldo Estevam de Souza Carneiro, da Embrapa Cerrados. “Também estamos intensificando pesquisas em parceria com produtores, para a implementação de medidas de controle, de forma a evitar a disseminação do patógeno e as consequentes perdas para produtores e toda a sociedade regional”, comenta Fabiano Jose Perina, da Embrapa Algodão.

A ocorrência da doença foi cadastrada no Sistema de Registro de Ocorrências da Associação Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (ADAB), instituição que vai colaborar na coleta e no registro de novos casos dessa doença no estado. O alerta conjunto da Fundação Bahia e Embrapa aos produtores está disponível em: https://fundacaoba.com.br/publicacoes/
Fonte:Embrapa

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