Segundo a embaixadora, o grande diferencial para dar continuidade à produção foi a busca constante por conhecimento. Após se formar em direito, a produtora começou uma pós-graduação em Liderança Executiva e Gestão Empresarial, além de um curso técnico em agronegócio, para melhorar a coordenação da fazenda. “Fomos ganhando mais segurança em relação ao nosso trabalho. O entendimento da nossa propriedade, aliado à sensibilidade que nós, como mulheres, sempre tivemos, foi fundamental para o sucesso. Ao passar das safras, fomos aumentando não só a nossa produtividade, como a rentabilidade do nosso negócio: saímos de uma média de 60 sacas por hectare em soja para 71 sacas, neste ciclo, por exemplo”, comenta.
A Rede UMA – União das mulheres do Agro
Segundo a produtora, o fato de ser mulher e muito jovem, em um ambiente tipicamente masculino, sempre gerou insegurança em fornecedores, funcionários e demais pessoas envolvidas no meio. “Em 2019, a gestão feminina já representava 41% dos produtores em Goiás, segundo o Sistema Faeg/Senar. Estes números mostram a importância que nós temos para a agricultura brasileira e que nossa presença veio para somar e não segregar gêneros”, comenta.
Neste contexto, também se juntou à irmã Adriane para fundar a Rede UMA, que já conta com mais de 750 mulheres envolvidas. A iniciativa articula um site de conteúdo próprio, com cursos e palestras, por meio de parcerias, além de atividades nas redes sociais – sempre com o intuito de fomentar conhecimento e trocar experiências.
“A UMA é um grupo de mulheres protagonistas do campo, onde somos sempre UMA por todas e todas por UMA. Nós temos como pilares básicos a capacitação pessoal e profissional das credenciadas, amor, a união e a admiração umas pelas outras. É preciso se admirar mais e competir menos entre si. Afinal, todas estão unidas em torno do mesmo objetivo: fortalecer cada vez mais o setor agropecuário brasileiro para que seja reconhecido e respeitado como merece”, explica.
Este ano, Cristiane também tem um papel fundamental no Prêmio Mulheres do Agro 2020, por ser uma das embaixadoras da premiação: estimular a participação de outras agropecuaristas na premiação, dando voz aos trabalhos sustentáveis que as gestoras de fazendas estão desenvolvendo no campo. A terceira edição da iniciativa está com inscrições abertas até o dia 15 de setembro no site www.premiomulheresdoagro.com.br.
“Se tem um conselho que posso dar para as produtoras que querem participar da premiação este ano é: acredite em você. Não deixe ninguém lhe convencer do contrário. Apesar de ter tido todos os motivos para desistir, resolvi seguir em frente”, finaliza Cristiane.
Sobre o Prêmio Mulheres do Agro