No já distante ano de 2015 os países das Nações Unidas se comprometeram com a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, oportunidade em que se estabeleceu o objetivo de se erradicar a fome e todas as formas de desnutrição no Mundo, mediante acesso a alimentos seguros e nutritivos. Estimativas apontam que, atualmente, cerca de 8,9% da população mundial (equivalente a 690 milhões de pessoas) passa fome. Vale ressaltar, fato ainda mais grave, que esse número aumentou em aproximadamente 60 milhões de pessoas nos últimos cinco anos.
Verifica-se, portanto, que, se mantendo a atual tendência, em 2030 o número de pessoas com fome no Mundo poderá atingir 840 milhões de seres humanos (ou 9,8% da população Mundial), sendo que essa projeção não conta com os possíveis (imprevisíveis) impactos da pandemia da Covid-19. O que é certo é que as consequências econômicas e sociais da Covid-19 devem agravar o cenário de segurança alimentar e nutrição no Mundo, de forma a criar grupos de insegurança alimentar em países até então não sujeitos a tal problema. Estima-se que cerca de até 132 milhões de pessoas poderão ingressar no “grupo da fome” no Mundo ao longo de 2020, vez que as perdas no PIB Mundial variam de 4,9 a 10 pontos percentuais, conforme projeções de especialistas.
Prova inconteste dos fatos acima pode ser colhida aqui no Estado do Rio Grande do Sul, na medida em que, apesar do isolamento social que assola o país, os produtores rurais vem garantindo a segurança alimentar do Brasil, muito embora a pouca valorização que ainda recebem da sociedade e do Estado brasileiro. Não é errado afirmar que passou da hora de desconstruirmos pré-juízos existentes em face do agronegócio brasileiro, esses que só revertem em um único resultado: prejuízos ao Mundo todo, sobretudo aos mais pobres e vulneráveis.
Por:
Anderson Belloli