Cenario Rural

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Argentina e Paraguai têm problemas com dólar e logística, intensificando competitividade do Brasil

Enquanto o mercado discute quanto o Brasil ainda tem de soja para atender os mercados externo e interno e se a China comprará mais produto dos EUA, efetivamente, nos próximos meses, os demais países fornecedores da oleaginosa na América do Sul amargam outros problemas.

Na Argentina, com uma safra que deverá ser concluída entre 51 e 53 milhões de toneladas, de acordo com estimativas de consultorias privadas, o produtor argentino acumula problemas cambiais, políticos, econômicos, logísticos e todos eles agravados pelos efeitos da pandemia do coronavírus. amarga um dos piores momentos da história para a comercialização da oleaginosa.

Comercializando em dólar e com seus custos construídos na mesma moeda, os sojicultores sofrem com preços muito fracos e pouco estímulo de exportação por conta das retenciones, que seguem nos elevados 33%. Para farelo e óleo a tributação é a mesma, portanto, o mercado também não é dos melhores. E os argentinos são os maiores exportadores globais de derivados.

Ao lado do peso que as taxações já provocam sobre os preços – e sobre o dia-a-dia do produtor argentino – há ainda a intensa desvalorização do peso em relação ao real. São cerca de 70 pesos no chamado ‘câmbio exportação’ e 120 pesos para um dólar no câmbio regular.

O desestímulo para as exportações argentinas de soja e derivados se deu não só pelas questões econômicas, tributárias e cambiais, mas também logísticas. Os efeitos da pandemia do Covid-19 foram muito mais graves por lá do que no Brasil ou nos EUA, provocou logo no começo da quarentena o fechamento de plantas processadoras de soja e terminais portuários.

Mais grave ainda é a condição logística no Paraguai. Há carregamentos de soja parados há mais de 40 dias por conta do baixo nível das águas do rio Paraná.

A seca levou os níveis a seus menores volumes em 50 anos e travou todo o sistema logístico do país, onde mais de 90% da safra é escoada por hidrovias. As barcaças estão sendo carregadas até somente 65% de sua capacidade e têm que se mover em um ritmo mais lento do que o normal.

Normalmente, até abril, o Paraguai já teria escoado cerca de 50% de suas exportações projetadas, e este ano o volume chega a apenas 35%. A agroindústria também sofre e já perdeu cerca de um mês de processamento em função destes problemas e também de um atraso que foi registrado no início da colheita.

Assim, as condições em ambos os países e mais as relações comerciais comprometidas entre China e EUA, tornaram o Brasil ainda mais competitivo e atrativo para os importadores. E o reflexo disso são mais de 50 milhões de toneladas já embarcadas do complexo soja, e mais de 43 milhões de toneladas de soja em grão, contra pouco mais de 30 milhões no mesmo período de 2019.

Segue o Brasil, quase isolado, na liderança do comércio global da oleaginosa. E com mais de 30% da sua próxima safra já comercializada.

 

Por: Carla Mendes 

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