Brasil ou Estados Unidos? Onde a China vai continuar comprando soja pelos próximos meses? Bom, aparentemente esta é uma equação simples de resolver. Será mesmo?!
Já há mais de 80% da safra brasileira 2019/20 comprometida e a disponibilidade do produto nacional é cada vez mais ajustada. No entanto, a desvalorização do real frente ao dólar mantém o produto do Brasil mais competitivo e atraindo os compradores da nação asiática. Seguimos vendendo e o segundo semestre deverá ser de disputa entre a indústria nacional e a exportação que, diga-se de passagem, bateu novo recorde em abril.
Todavia, a diferença entre os valores da soja norte-americana já começam a se mostrar mais atrativos para os compradores ao ser observado o segundo semestre. O período traz valores mais baixos nos EUA, o que poderia indicar uma mudança da concentração das compras chinesas do Brasil para seu principal concorrente. Os preços em dólares estão baixos e há fundamentos que mantêm as cotações pressionadas na Bolsa de Chicago.
Dados da consultoria ARC Mercosul mostram que uma tonelada de soja brasileira para junho vale, atualmente, US$ 341,80 no porto de Paranaguá, como referência, enquanto no Golfo dos EUA esse valor é de US$ 336,20. Para julho, os valores são de, respectivamente, US$ 346,50 e US$ 339,30.
Essa migaração já vinha sendo esperada e até mesmo anunciada por analistas e consultores de mercado. Por necessidade, a China precisa recorrer à soja dos EUA. E por oportunidade, a China VAI recorrer a soja dos EUA. Os valores mais baixos se agregam ao fato de que os chineses devem cumprir o acordo da fase um firmado com os americanos em janeiro e à sua demanda crescente. Ainda assim, nada disso tira o protagonismo do Brasil.
O país asiático vem recompondo seus estoques de soja, de carnes, de alimentos de uma forma geral e, como maior comprador mundial de commodities, terá de olhar para todos os seus fornecedores com estratégia e olhando muito a frente.
Talvez seja por isso que os sojicultores brasileiros já conseguiram negócios para mais de 30% da safra 2020/21. Você já chegou a esse percentual? Como estão os planos da safra nova?