Com trocas de ameaças e sem previsão de acordo, escalada tarifária já impacta mercados, moedas e projeções de crescimento global.
Washington Eleva o Tom: Tarifas e Ameaças se Intensificam
Após Donald Trump anunciar a extensão de tarifas sobre semicondutores e produtos tecnológicos chineses, o governo dos EUA reiterou que novas medidas punitivas poderão ser adotadas caso a China continue “resistindo a negociações bilaterais”. O pacote tarifário, que impõe até 54% sobre produtos vindos de Pequim, é o mais agressivo desde 2018.
A resposta de Pequim foi contundente. O Ministério do Comércio chinês afirmou que os EUA devem “abandonar ameaças e chantagens” e prometeu reações “proporcionais e cirúrgicas”. Fontes próximas ao Partido Comunista indicam que a China poderá elevar tarifas sobre soja, carne, tecnologia e até reavaliar a entrada de multinacionais americanas no país.
Mercados Reagem com Volatilidade e Moedas Sofrem Pressão
O impacto nos mercados foi imediato. O dólar saltou para R$ 5,91, o yuan chinês sofreu desvalorização de 1,4%, e bolsas da Ásia e Europa fecharam em queda. A tensão elevou o VIX, índice do medo de Wall Street, para o maior patamar desde o início da pandemia.
Impacto no Brasil: Oportunidade Comercial ou Risco de Dependência?
Especialistas apontam que o Brasil poderá se beneficiar temporariamente com o aumento da demanda chinesa por soja, algodão e milho. No entanto, alertam para os riscos de superdependência da China, especialmente se Pequim utilizar o comércio como arma geopolítica. A CNA pede cautela e diversificação dos destinos de exportação.
Conflito Econômico Reposiciona Geopolítica Global
A guerra comercial entre EUA e China já extrapola tarifas e se transforma em um conflito sistêmico, com consequências profundas para a economia global. O Brasil, no meio do tabuleiro, terá que se mover com estratégia, diplomacia e visão de longo prazo.
Fontes: Financial Times, CNN, Bloomberg, Valor Econômico, Xinhua News, USTR