Com desvalorização de 6,3% em uma semana, moeda brasileira se torna uma das que mais perdem valor no mundo e expõe fragilidade econômica diante da guerra comercial EUA-China.
Real Entre as Moedas que Mais Caem no Mundo
O real brasileiro sofreu, nas últimas 24 horas, uma das maiores desvalorizações frente ao dólar em 2025. A moeda americana superou a marca de R$ 6,05, acumulando alta de 6,3% em relação ao real somente nesta semana. Entre 33 moedas analisadas globalmente, o real foi a segunda com pior desempenho, atrás apenas do peso colombiano.
A escalada da guerra comercial entre os Estados Unidos e a China alimentou o temor de uma recessão global e provocou fuga de capitais de países emergentes. O real, como moeda de um país altamente dependente de commodities e vulnerável ao humor do mercado internacional, foi diretamente afetado. O dólar voltou a ser visto como porto seguro pelos investidores.
Insegurança Fiscal e Política Interna Contribuem para o Cenário
Analistas apontam também para fatores internos. A deterioração das expectativas fiscais brasileiras e o ruído político entre Executivo e Congresso aumentam a percepção de risco e limitam a capacidade do governo de atrair capital externo. A combinação de cenário externo adverso e instabilidade doméstica cria um ambiente desfavorável ao real.
Impactos Diretos na Economia Real
A valorização do dólar pressiona o custo de importação de insumos, combustíveis e tecnologias. Isso pode agravar o quadro inflacionário, reduzir o poder de compra da população e dificultar o planejamento de empresas que dependem de importações. O Banco Central segue atento, mas ainda não sinalizou intervenção direta.
Um Real Vulnerável à Nova Ordem Global
O enfraquecimento do real em abril de 2025 não é pontual: reflete as limitações estruturais da economia brasileira diante de um mundo em reconfiguração geopolítica. A moeda nacional, altamente sensível ao risco global e à gestão fiscal interna, serve como termômetro das incertezas que marcam o cenário econômico contemporâneo.
Fontes: Valor Econômico, Banco Central do Brasil, Bloomberg, Infomoney, Reuters, CNN Brasil, XP Investimentos