Petróleo, metais e produtos agrícolas recuam com força após tarifas entre EUA e China; cenário pressiona margens e exige cautela nas estratégias de exportação.
Mercado em Alerta com Nova Rodada de Tarifas
A recente decisão dos Estados Unidos de elevar as tarifas sobre produtos chineses para até 104% teve efeitos imediatos nas bolsas de commodities. O petróleo, por exemplo, sofreu sua maior queda em cinco dias desde 2022, puxando para baixo o valor de outros ativos estratégicos, como milho, soja, trigo, cobre e minério de ferro.
O temor de uma recessão global e a retração no comércio internacional fizeram com que investidores redirecionassem recursos para ativos considerados mais seguros, como ouro e dólar. A retração no apetite por risco afeta diretamente a liquidez e os preços das commodities agrícolas, gerando instabilidade para exportadores.
Pressão Sobre Margens no Agronegócio
Com os preços em queda e os custos de produção em alta, produtores rurais enfrentam um aperto nas margens de lucro. Muitos contratos futuros estão sendo reavaliados e a volatilidade cambial aumenta o desafio para quem opera com insumos importados ou vendas externas.
Para o Brasil, maior exportador global de soja, carnes e açúcar, o cenário tem dois lados: enquanto pode haver abertura de novos mercados pela reconfiguração do comércio entre EUA e China, a incerteza e a queda generalizada nos preços exigem estratégias de hedge mais robustas e atuação política coordenada.
O Agro Precisa de Fôlego e Inteligência Estratégica
A queda nas commodities não é pontual — ela reflete uma mudança estrutural nas relações comerciais globais. O agronegócio brasileiro, altamente integrado ao mercado externo, deve monitorar com atenção os desdobramentos e fortalecer sua resiliência frente a um cenário geopolítico cada vez mais volátil.
Fontes: Reuters, Bloomberg, CME Group, Conab, CNA, MAPA, Rabobank, Valor Econômico