A chegada de novos boletins de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) sempre trouxeram ansiedade, expectativa, volatilidade e especulação aos mercados internacionais de grãos e, consequentemente, para o nacional também. Entre soja e milho, os preços da oleaginosa sempre foram mais sensíveis aos movimentos na Bolsa de Chicago.
Todavia, em tempos onde as notícias ligadas à pandemia do coronavírus e todos os seus desdobramentos dominam todas as manchetes, a relevâncias destes novos dados, ao menos por agora, parece estar mais limitada. Afinal, já são mais de 1,3 milhões de pessoas infectadas com a Covid-19 em todo o mundo, de acordo com a última atualização da OMS (Organização Mundial da Saúde), e os números crescem assustadoramente.
Nesta quarta-feira (8), às vésperas da divulgação do reporte de abril, as cotações da soja na CBOT encerraram o dia com ajustes bastante tímidos, que não chegaram a 1 ponto, mesmo com a possibilidade de uma considerável alta que pode ser registrada para os estoques finais norte-americanos da commodity ou diante de uma redução necessária que é esperada para as colheitas do Brasil e da Argentina.
No milho, as atenções estão todas voltadas à produção de etanol e, por isso, aos números que irão refletir a demanda interna e para exportação nos EUA e assim, aos estoques finais norte-americanos. A crise nos preços do petróleo se estendeu a todos os combustíveis e não é diferente para o etanol a base do cereal no país.
Há analistas que acreditam que uma grande surpresa está reservada neste novo boletim mensal de oferta e demanda – em função da já mencionada questão dos estoques – e outros que acreditam que o reporte desta quinta-feira, 9 de abril, tem pouca emoção a oferecer. A confirmação disso chega às 13h, pelo horário de Brasília.
Diante de tantas incertezas, vale lembrar que o Brasil ainda concentra a maior parte da demanda internacional de soja e lidera a competitividade em preços e qualidade. Assim, com emoção ou sem, o importante é estar protegido e não esperar um agravamento da crise para definir suas estratégias.