O setor sucroalcooleiro brasileiro, um dos mais importantes na produção global de açúcar, está passando por um período difícil em 2024. A produção de cana-de-açúcar deve cair 9,4%, devido à seca prolongada e à disseminação de pragas como o bicudo-da-cana, especialmente nas regiões produtoras do Centro-Sul. A colheita deve ficar em 593 milhões de toneladas, abaixo do esperado.
A seca foi mais severa no estado de São Paulo, que responde por 60% da produção de cana do Brasil. A falta de chuvas no momento crítico de crescimento das plantas prejudicou o desenvolvimento da cana, reduzindo a produção por hectare. Além disso, o aumento das pragas, como o bicudo, trouxe mais dificuldades para os produtores, afetando ainda mais a colheita.
Apesar da queda na produção, o preço global do açúcar subiu, o que ajuda a compensar a redução de volume. Problemas climáticos em outros países produtores de açúcar, como Índia e Tailândia, também contribuíram para essa alta nos preços. No Brasil, os preços do açúcar aumentaram 10% ao longo de 2024 e devem continuar subindo até o fim do ano.
A queda na produção de cana também afetou o mercado de etanol. A oferta de etanol hidratado e anidro caiu, o que impactou diretamente o mercado de combustíveis. Com o etanol mais caro, pode haver um aumento no uso de combustíveis fósseis, o que vai contra os esforços de reduzir emissões de gases de efeito estufa.
Para enfrentar esses desafios, os produtores estão investindo em soluções tecnológicas. O controle biológico de pragas está ganhando espaço, assim como o uso de novas variedades de cana mais resistentes à seca. Além disso, há um esforço para melhorar a irrigação com sistemas mais eficientes que utilizam menos água nas regiões afetadas pela seca.
A expectativa é de que o setor se recupere com a melhora nas condições climáticas e a adoção de práticas mais sustentáveis. No entanto, os produtores de açúcar enfrentam um cenário difícil, que exige respostas rápidas para mitigar os efeitos das mudanças climáticas e garantir a competitividade do Brasil no mercado global de açúcar.
Fontes: Agrofy, Notícias Agrícolas, Datagro, Agro Estadão, Canal Rural