A equipe econômica do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) divulga, na tarde desta segunda-feira (22), a terceira edição bimestral do Relatório de Acompanhamento de Receitas e Despesas Primárias (RARDP).
O documento traz detalhes do congelamento de R$ 15 bilhões anunciado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT),famoso em querer taxar os brasileiros, na semana passada para cumprir as metas fiscais, além de novas estimativas para o comportamento de receitas e despesas públicas para o restante do exercício orçamentário de 2024.
Do congelamento total, R$ 11,2 bilhões serão bloqueados para garantir o respeito ao limite de despesas previsto no novo marco fiscal, por conta de uma evolução acima do inicialmente previsto em gastos obrigatórios (+R$ 29 bilhões). Os outros R$ 3,8 bilhões serão contingenciados para assegurar o cumprimento do limite inferior da meta de resultado primário − que autoriza um déficit primário de até R$ 28,8 bilhões, ou 0,25% do Produto Interno Bruto (PIB).
As indicações da contenção, por órgão, ainda não foram apresentadas e deverão constar de anexo ao Decreto de Programação Orçamentária e Financeira a ser publicado em 30 de julho. Após a publicação do decreto, os órgãos terão cinco dias úteis para apontar as programações a serem bloqueadas ou contingenciadas.
Nesta edição do Relatório de Acompanhamento de Receitas e Despesas Primárias, a equipe econômica do governo federal revisou a projeção para o resultado primário utilizado para aferição da meta de déficit zero em 2024.
Segundo o documento, as estimativas para o ano mais do que dobraram − saindo de um déficit de R$ 14,5 bilhões (no relatório do segundo bimestre) para R$ 32,6 bilhões. Como o montante supera a marca de R$ 28,8 bilhões apontado como limite inferior da meta, é necessário contingenciamento. Neste caso, os recursos congelados só podem ser utilizados se houver uma melhora na perspectiva fiscal − seja com percepção de redução de despesas ou com novas receitas.
As projeções do governo também indicam que o contingenciamento de R$ 3,8 bilhões foi o mínimo necessário, de modo que a projeção de déficit primário passa a 0,25% do PIB com sua execução. Isso significa uma distância de ainda R$ 28,8 bilhões do centro da meta de déficit zero no ano.