Além de provocar incêndios florestais no Pantanal, a seca intensa que atinge o Mato Grosso do Sul este ano deve reduzir em 19,23% o volume de produção do milho safrinha no Estado, estimada em 11,485 milhões de toneladas.
Além disso, a produtividade é prevista em 86,3 sacas por hectare, uma retração de 14,25% quando comparado ao mesmo período do ano passado, de 86,3 sacas por hectare.
Os dados são do projeto SIGA-MS (Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio), mantido pela Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação) em parceria com a Associação de Produtores de Soja (Aprosoja) e Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Famasul).
De acordo com o relatório, até o dia 21 a colheita do milho para a 2ª safra 2023/2024 alcançou 8,2% da área total dos 2,2 milhões cultivados neste ano.
O relatório aponta ainda que os períodos de seca ocorreram entre março e abril (10 a 30 dias de estresse hídrico) e mais recentemente, entre abril e junho (mais de 70 dias sem chuva).
A porcentagem de área colhida na 2ª safra 2023/2024, encontra-se superior 7,38 pontos percentuais em relação à 2ª safra 2022/2023, para a data de 21 de junho.
Regiões
De acordo com o SIGA-MS todas as regiões do Estado estão em pleno desenvolvimento fenológico, tanto vegetativo quanto reprodutivo.
Nas regiões oeste, centro, norte e nordeste, as condições são majoritariamente boas, variando de 55,9 a 85,8%. Por outro lado, as regiões sudoeste, sudeste, sul-fronteira e sul apresentam condições abaixo do potencial das demais regiões. Nestas áreas, pode se encontrar lavouras com até 50% em condições ruins.
“O levantamento do SIGA aponta que essa situação adversa afetou uma área total de 785 mil hectares no estado de Mato Grosso do Sul”, destacou o secretário Jaime Verruck, da Semadesc, lembrando que já na segunda safra de milho de 2023/2024, se observa perdas significativas no potencial produtivo devido ao estresse hídrico.
Segundo o secretário, essa safra de milho deverá ser mais direcionada ao mercado interno.
“Teremos neste ano uma expansão de demanda no Estado. Nós acabamos de inaugurar a Neomille, em Maracaju e, ainda neste ano vamos inaugurar a segunda linha da Inpasa, em Sidrolândia. Além disso, temos o crescimento da demanda da suinocultura e da bovinocultura”, acrescentou.
No Sul
O secretário lembra que as condições climáticas severas são mais perceptíveis nas lavouras no sul do Estado.
“Mais de 50% lavouras de milho estão em condições ruins ou regulares. Isso trará quebra de safra com um impacto maior até do que os índices atuais. Por outro lado, o Estado se posiciona e amplia a demanda interna de milho. A médio prazo, devemos diminuir as exportações do grão, pois esse milho vai ser processado internamente e, sob o ponto de vista da indústria e da agregação de valor ao nosso produto.”