Um estudo publicado recentemente, na revista Scientia Agricola, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), revela que os sistemas agrícolas consorciados fazem uso mais eficiente dos nutrientes, visando uma agricultura mais sustentável no Cerrado.
A pesquisa avaliou sistemas agrícolas de entressafra com sorgo (Sorghum bicolor), braquiária ruziziensis (Urochloa ruziziensis) e capim-marandu (U. brizantha cv. ‘Marandu’), cultivados solteiros ou consorciados, influenciam a soja (Glycine max) em sucessão. Em campo, foram analisadas as características agronômicas da soja, sua matéria seca e também das culturas de entressafra, assim como a decomposição da palhada.
As maiores produtividades da soja ocorreram na sucessão aos cultivos da braquiária ruziziensis solteira (3.349 kg ha-1) ou em consórcio (3.317 kg ha-1). O sistema sorgo com capim-marandu produziu 18.702 kg ha-1 de matéria seca e cobertura do solo de 64,9%, embora o maior teor de lignina tenha sido do sistema sorgo com braquiária ruziziensis. A braquiária ruziziensis, solteira ou consorciada, incrementou as características agronômicas da soja, quando comparada ao sorgo solteiro e ao capim-marandu (solteiro ou em consórcio).
O estudo foi publicado no v.81 de 2024 do periódico Scientia Agricola. Tem autoria de Joilson Sodré Filho (Universidade de Brasília), Arminda Moreira de Carvalho (Embrapa Cerrados), Robélio Leandro Marchão (Embrapa Cerrados), Ricardo Carmona (Universidade de Brasília). Tem apoio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Projeto Embrapa Nº 02.08.01.003.00), do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).