Com seca e atraso no plantio, a projeção para a 2ª colheita de milho teve uma nova queda neste mês, de 4,3% em relação à estimativa de junho, para 66,9 milhões de toneladas. Em relação à safra de 2019/2020, a diminuição deverá ser de 10,8%.
As informações foram divulgadas nesta quinta-feira (8) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), estatal responsável por gerir políticas agrícolas e garantir o abastecimento de alimentos à população brasileira.
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Com queda na produção de milho, a projeção total da safra de grãos, somando com soja, feijão, arroz e outros, deverá alcançar 260,8 milhões de toneladas. Ou seja, volume recorde, mas que representa uma queda de 0,8% em relação à projeção de junho.
“O plantio tardio de milho segunda safra trouxe impacto para o desenvolvimento das lavouras. Com a semeadura sendo realizada fora da janela ideal, o grão ficou mais vulnerável às condições climáticas registradas no período”, disse a estatal.
A produção total de milho deve ser de 93,38 milhões de toneladas. Ou seja, volume menor do que a estimativa de junho (-3,1%) e do que a safra passada (-8,9%).
Diante deste cenário, o estoque de milho deverá ser quase 50% mais baixo nesta safra (5,47 milhões de toneladas) na comparação com o ciclo anterior, impulsionando, assim as importações, que já cresceram mais de 100% entre janeiro a junho, segundo Allan Silveira, superintendente de gestão da oferta da Conab.
Paraguai (90%) e Argentina (10%) lideraram como principais vendedores do Brasil no período.
Armazenamento hídrico
A diminuição do armazenamento hídrico, que já vinha sendo observada em abril e maio, se agravou em junho, informou a superintendente de Informações da Agropecuária, Candice Mello Romero Santos.
“Neste mês (junho), a restrição hídrica foi um pouco mais abrangente, ela avançou para o estado do Tocantins, região do Matopiba, Piauí e agravou na região da Bahia“, afirmou.
“[Por outro lado,] houve maiores volume chuvas no Sul do país, em Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná, o que favoreceu o avanço na semeadura dos cultivos de inverno”, acrescentou.
Em maio, as restrições no armazenamento foram maiores em regiões como oeste do Paraná, oeste de São Paulo, sul e leste do Mato Grosso Sul.
Soja, arroz e feijão
Soja — Foto: Divulgação/Agropecuária
A projeção para a colheita soja, por sua vez, teve um aumento de 11,1 milhões de toneladas para esta safra. Entretanto, com a colheita encerrada, a oleaginosa atinge um novo recorde de 135,9 milhões de toneladas colhidas, mantendo o Brasil como maior produtor da cultura no mundo.
No caso do arroz, a produção estimada está em 11,8 milhões de toneladas, aumento de 5,2% frente ao volume produzido na safra anterior. Deste total, cerca de 92% do produto provêm de cultivos irrigados, enquanto que os 8% restantes têm origem em plantios de sequeiro.
Já o feijão, a colheita total deve se manter próxima a 3 milhões de toneladas.
Algodão e trigo
A safra de algodão está sendo colhida e estimada em 2,34 milhões de toneladas. Portanto, uma estabilidade em relação à estimativa de junho, mas uma queda de 22% na comparação anual.
Por fim, a estimativa para a safra de trigo do Brasil, elevada para 8,48 milhões de toneladas. Ou seja, contra 6,94 milhões na previsão anterior, segundo a Conab.
Por: G1 Agro