O Brasil registrou recordes de exportações, saldo e corrente comercial em junho e no primeiro semestre de 2021. As importações, mesmo sem recordes, também registraram crescimentos significativos, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (1º) pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério da Economia. O resultado fez com que a Secex elevasse as projeções da balança comercial até o final do ano.
Em junho, a exportação atingiu o recorde para o mês, com US$ 28,1 bilhões – o anterior havia sido em junho de 2011, com US$ 22,5 bilhões – e para qualquer mês do ano, considerando toda a série histórica, desde 1997. Portento, o crescimento foi de 60,8% em relação a junho do ano passado, motivado principalmente pelo aumento dos preços, mas também pelo aumento significativo das quantidades exportadas no mês.
Do lado da importação, o crescimento foi de 61,5%, com elevação das quantidades (+41,3%), mas também dos preços (+13,5%), chegando a US$ 17,7 bilhões. Nesse caso, não houve recorde, apesar do crescimento, pois em junho de 2011 as importações chegaram a quase US$ 20 bilhões.
O saldo comercial foi o mais alto tanto para junho quanto para qualquer mês do ano, com US$ 10,4 bilhões – subindo 59,5% em relação ao mesmo mês do ano passado. “É a primeira vez que a gente ultrapassa US$ 10 bilhões para o saldo comercial mensal”, destacou o subsecretário de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior, Herlon Brandão.
A corrente de comércio também atingiu valor inédito para meses de junho, com US$ 45,8 bilhões, subindo 61,1%. Entretanto o recorde anterior havia sido registrado em junho de 2011, com US$ 41,9 bilhões. “Temos um recorde de exportação, de saldo e de corrente de comércio nesse mês de junho”, pontuou Brandão.
Semestre histórico
No acumulado do ano, as exportações também atingiram números históricos, com US$ 136,7 bilhões – um crescimento de 35,8% sobre os seis primeiros meses de 2020. As importações acumuladas chegaram a US$ 99,2 bilhões, subindo 26,6%, mas ainda abaixo do recorde histórico do primeiro semestre de 2013, que foi de US$ 118 bilhões.
Assim, o superávit acumulado também foi recorde, com US$ 37,5 bilhões, em alta de 68,2%. Já a corrente de comércio chegou a US$ 236 bilhões, outro número inédito, em alta de 31,8% – o recorde anterior era de 2013, com US$ 229,5 bilhões.
De acordo com a Secex, nas exportações, a variável que mais influenciou a alta foi a demanda externa, puxada principalmente pelas compras dos países asiáticos, fortalecida neste ano pelo aumento das vendas para outros grandes parceiros, como Estados Unidos, Argentina e União Europeia.
Do lado da importação, a demanda interna explica o aumento das compras, graças ao crescimento da atividade econômica brasileira. “Tivemos um PIB que cresceu 1,2% no primeiro trimestre e as expectativas de mercado para este ano são de crescimento de 5%. Então, demandamos mais insumos e matérias-primas”, explicou o subsecretário.
Projeções otimistas
Com esse desempenho no comércio exterior, a Secex revisou as previsões para o ano, também para níveis históricos. A estimativa é que as importações alcancem US$ 202,2 bilhões – uma alta de 27,3% em relação a 2020. Já nas exportações, a previsão é que o valor chegue a US$ 307,5 bilhões, com crescimento de 46,5%. “Seria a primeira vez que a exportação brasileira ultrapassa a marca de US$ 300 bilhões no ano, uma cifra inédita”, salientou Brandão.
A corrente de comércio esperada, portanto, passa para US$ 509,7 bilhões, em alta de 38,2%. “Mais de meio trilhão de dólares, também uma cifra inédita e muito significativa para o comércio exterior brasileiro”, observou o subsecretário. Já o superávit, nessa estimativa, pode chegar ao recorde de US$ 105,3 bilhões, com aumento de 106,1% sobre 2020.
Fonte: SBA