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Dólar tem queda de 3,3% com realização de lucros

Um forte movimento de realização de lucros ditado pelo exterior levou o dólar à maior queda em dois anos e meio na terça-feira, com a moeda devolvendo em apenas um dia mais da metade do ganho acumulado nas primeiras sessões de 2021

O dólar à vista caiu 3,32%, a 5,3208 reais na venda, na maior baixa percentual diária desde 8 de junho de 2018 (-5,59%). A moeda brasileira era seguida no dia por rublo russo (+1,9%), rand sul-africano (+1,8%), peso mexicano (+1,3%) e dólar australiano (+1%) –divisas de risco e que, portanto, se beneficiam de expectativas de crescimento econômico. Luciano Rostagno, estrategista-chefe do banco Mizuho, considerou que a maior parte da baixa do dólar nesta sessão veio do exterior, onde a moeda caía de forma generalizada depois de um rali nos primeiros dias do ano. “Existe a perspectiva de mais estímulo global e isso é positivo para mercados e ativos emergentes, como o real”, disse. A moeda vinha de alta de 6,01% no ano até segunda-feira, valorização reduzida a 2,49% aos preços desta terça. O tombo do dólar se deu ainda em meio a declarações do diretor de Política Monetária do Banco Central, Bruno Serra. Em live, o diretor afirmou que os juros de 2% não são para situações normais no Brasil e que é natural imaginar que o “estímulo extraordinário” que o BC está concedendo à economia via política monetária será retirado de cena em algum momento. O mercado tem avaliado que parte da pressão sobre o real desde o ano passado decorre do baixo nível de juros, com a Selic na mínima histórica de 2% deixando a moeda brasileira como opção barata para hedge ou mesmo como fonte de financiamento. O próprio diretor Bruno Serra colocou a redução do diferencial de taxas como fator a explicar o patamar atual do dólar, além de incerteza fiscal, mudança nas regras de tributação de hedge e redução da dívida em dólar por parte de algumas empresas. Sergio Goldenstein, consultor independente e estrategista na Omninvest Independent Insights e ex-chefe do Departamento de Operações de Mercado Aberto do Banco Central disse que “o problema com o real continua. Apesar da elevação recente dos preços das commodities e da melhoria dos termos de troca (vide preço do minério), o desempenho absoluto e relativo continua ruim”, acrescentou Goldenstein.

Leia a notícia na íntegra no Abrafrigo

Fonte:REUTERS 

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