Uma onda de vendas de dólares dominou o mercado de câmbio na terça-feira, com a moeda norte-americana descendo ao menor patamar desde julho
O dólar à vista caiu 2,22%, a 5,2282 reais na venda, menor patamar para um encerramento desde 31 de julho passado (5,2185 reais). O dólar não fechava abaixo dessa média móvel desde 31 de julho de 2019. Ao apresentar seu time econômico, Biden apelou ao Congresso que aprove um pacote de alívio ao coronavírus que está paralisado há meses e prometeu mais ações para reativar a economia depois que assumir o cargo no mês que vem. Biden disse que qualquer pacote aprovado pelo Congresso antes de ele assumir, em 20 de janeiro, seria “apenas o começo”. A futura Secretária do Tesouro, Janet Yellen (ex-chair do Federal Reserve), afirmou que medidas urgentes são necessárias para evitar que o tombo da economia se retroalimente. Os mercados em todo o mundo vêm num rali de risco desde a eleição norte-americana, ocorrida em 3 de novembro, confiantes na eleição de Biden e no aumento de gastos. Desde essa data, o dólar no Brasil acumula um tombo de 9,25%. O Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês) calcula que o quarto trimestre de 2020 será o de maior influxo a mercados emergentes desde os primeiros três meses de 2013. O risco de aumento de despesas no Brasil em 2021 depois do salto no déficit primário neste ano por causa da pandemia representa uma dor de cabeça para os mercados. A deterioração das contas públicas, segundo analistas, ainda é o principal motivo para a disparada de 30,28% do dólar ante o real em 2020. Mas o Bank of America disse estar “cautelosamente otimista” com relação ao real, citando justamente expectativa de maior clareza sobre o cenário fiscal no primeiro trimestre de 2021, além de valuations “atrativos”. Os economistas do banco projetam que o dólar fechará 2020 em 5,30 reais e descerá a 5,10 reais ao fim de março, nível no qual terminará o segundo e o terceiro trimestres de 2021.
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Fonte: Reuters