Dólar cai 1% com expectativa de farta liquidez no mundo
O dólar voltou a cair de forma expressiva ante o real na quarta-feira, com a moeda norte-americana flertando com suportes técnicos em meio à expectativa de mais liquidez no mundo
No mercado doméstico, o dólar à vista fechou em queda de 1,03%, a 5,3206 reais na venda, menor patamar desde o último dia 19, quando encerrou a 5,3131 reais –o menor valor de encerramento desde 17 de setembro (5,2319 reais). Na B3, o dólar futuro tinha baixa de 1,07%, a 5,3165 reais, às 17h12. Na terça, o dólar spot havia perdido 1,09%, a 5,3759 reais na venda. Lá fora, o índice do dólar cedia 0,16%, enquanto a moeda dos EUA caía 0,5% contra rand sul-africano, 1,1% ante lira turca, 0,5% frente ao dólar da Nova Zelândia e 1,2% em relação ao peso chileno. Esse movimento se manteve depois de o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) divulgar a ata de sua última reunião de política monetária. O Fed vem defendendo a manutenção de recursos para financiar suas ferramentas de apoio à economia, especialmente depois de o Tesouro dos EUA anunciar o encerramento de alguns dos principais programas no fim deste ano. Apesar disso, o mercado vem reagindo com venda de dólar à possível indicação da ex-chair do Federal Reserve Janet Yellen para o comando do Tesouro dos EUA. O entendimento é que a dupla Yellen/Powell –Jerome Powell, atual chair do Fed– poderia promover uma coordenação sem precedentes entre as políticas monetária e fiscal a fim de garantir a recuperação econômica dos EUA da crise da Covid-19. O ambiente externo mais positivo foi decisivo para que alguns bancos estrangeiros melhorassem as perspectivas para o real nos próximos meses. Analistas do Barclays, por exemplo, veem que o mercado pode se tornar “muito otimista” no primeiro semestre de 2021 se a incerteza fiscal diminuir (ainda que temporariamente), se a economia global se recuperar e se os riscos relacionados à Covid-19 forem reduzidos. Mais cedo, dados de transações correntes pintaram um quadro benigno para as contas exterícia nas. O superávit em transações correntes foi de 1,473 bilhão de dólares em outubro, melhor que o previsto pelo mercado, com o déficit em 12 meses caindo a 1,04% do PIB, menor valor desde fevereiro de 2018.
Leia a notícia na íntegra no Abrafrigo
Fonte: Reuters