O dólar voltou a fechar em firme alta ante o real na segunda-feira marcada por força global da divisa norte-americana após dados robustos de atividade nos Estados Unidos, enquanto o desconforto doméstico sobre a situação fiscal seguiu fazendo preço
O dólar à vista subiu 0,90%, a 5,4353 reais na venda. Na sexta-feira, o dólar havia saltado 1,39%, maior alta desde 28 de outubro. Na segunda, a moeda tomou fôlego após dados de atividade empresarial nos Estados Unidos terem vindo bem acima do esperado, provocando uma cobertura de posições vendidas na moeda norte-americana. A atividade empresarial nos Estados Unidos expandiu no ritmo mais rápido em mais de cinco anos em novembro, liderada pela aceleração mais forte da indústria desde setembro de 2014, mostrou na segunda-feira a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês). Além do exterior, constantes ruídos sobre o futuro das contas públicas deixaram o real mais frágil, depois de um fim de semana de novas especulações sobre extensão de gastos emergenciais. O Ministro da Economia, Paulo Guedes, admitiu haver pressão política para tal, mas tentou passar mensagem de que mais reformas virão e, se houver segunda onda de Covid-19 no país, o governo saberá como agir. O Ministro afirmou ainda que está relativamente satisfeito com as despesas já controladas e disse acreditar que o dólar já fez seu “overshooting”. Na literatura econômica, um “overshooting” ocorre quando o preço de um ativo sobe além do que o sugerido pelos fundamentos. “Você precisa criar uma dinâmica que permita a estabilização da dívida, que seja em 90%, 95% do PIB, mas que ela estabilize, isso é o importante agora”, disse Flávio Serrano, economista-chefe do banco Haitong.
Fonte: REUTERS