O dólar zerou a queda de mais cedo e fechou perto da estabilidade ante o real na terça-feira, com investidores recompondo posições na moeda norte-americana diante do menor fôlego de ativos de risco no exterior
O dólar à vista terminou a terça-feira com variação positiva de 0,11%, a 5,6114 reais na venda. Na máxima, alcançada ainda no começo do pregão, a cotação marcou 5,6274 reais (+0,39%). “Apertem os cintos, a volatilidade começou”, disse Dan Kawa, sócio da TAG Investimentos. “Será assim até, no mínimo, as eleições (nos EUA), podendo se estender”, concluiu. O foco do mercado nesses últimos dias tem se voltado ainda mais para as negociações em torno de um novo pacote de estímulo nos Estados Unidos. As tratativas entre a Presidente da Câmara dos Deputados, a democrata Nancy Pelosi, e o Secretário do Tesouro dos EUA, Steven Mnuchin, aproximavam-se do prazo final na terça-feira para um acordo de modo que um pacote possa ser aprovado pelo Congresso antes do dia das eleições, em 3 de novembro. A ansiedade por um desfecho sobre as conversas levou investidores a reduzir as vendas de dólares também no exterior nesta sessão. Aqui, o mercado segue às voltas com expectativas sobre reformas e ruídos internos no governo. O real amarga o título de moeda relevante que mais perde ante o dólar neste ano (-28,49%) e que apresenta a maior volatilidade (quase 18% ao ano), diante de uma combinação de incerteza fiscal, impacto econômico da pandemia, juros baixos, saídas de recursos e desmonte de “overhedge”. Na avaliação do Bulltick, que presta serviços bancários e de gestão de recursos, a tendência é que o real continue fraco, mas há expectativa de que as pressões de baixa sobre a moeda arrefeçam.
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Fonte: Reuters