Diferença na tributação de gado vivo prejudica indústria mato-grossense, diz sindicato
A venda de gado vivo de Mato Grosso, principal produtor do país, para outros Estados ou mesmo países preocupa os frigoríficos mato-grossenses. Em nota, o Sindicato das Indústrias Frigoríficas de Mato Grosso (Sindifrigo) sustenta que pode faltar gado para abate no Estado em 2021. A entidade também citou o recente relatório no qual o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) relatou que frigoríficos do Estado deram férias coletivas por causa da menor oferta de gado. “A evasão da matéria-prima com a saída de mais de 93 mil animais em único mês representa o abate de nove indústrias de porte médio”, disse o Presidente do Sindicato, o empresário Paulo Bellincanta, em nota. Na avaliação do Sindifrigo, a diferença de tributação do gado vivo no comércio interestadual é prejudicial para os frigoríficos de Mato Grosso. O empresário, que é sócio do frigorífico Frialto, levanta a possibilidade do gado da região amazônica de Mato Grosso estar sendo abatido na região Sudeste sem a mesma diligência que redes varejistas tem com as empresas mato-grossenses devido ao risco de vínculo com o desmatamento. “Desavisadas redes varejistas e ONGs estão vigiando com lupa o abate de animais na região Amazônica, enquanto este gado está morrendo em São Paulo ou outros estados da região sudeste”, afirmou Bellincanta, sem dar detalhes sobre a prática. A nota de preocupação do Sindifrigo acontece em um momento forte pressão de custos. O preço do boi gordo, que representa cerca de 80% do custo de produção dos frigoríficos, vem batendo recorde seguidamente nas últimas semanas. Em meio à escassez de gado, resultado do ciclo da pecuária — os criadores estão retendo vacas que seriam abatidas para estimular a produção de bezerros —, a arroba do boi gordo subiu mais de 8% em setembro, conforme o indicador Cepea/B3 para o animal em São Paulo, referência de preço para o restante do país.
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Fonte: Valor Econômico