Aos poucos, o mercado brasileiro da soja vai se mostrando cada vez mais regionalizado e dando espaço para preços mais atrativos no interior do país do que na exportação. O movimento pode ser observado, principalmente, em estados com vantagens logísticas e proximidade de portos, como Paraná, Rio Grande do Sul e São Paulo. Regiões do Matopiba, próximas a portos do Arco Norte também contam com boas oportunidades.
A praça de Castro, no estado paranaense, por exemplo, fechou esta quarta-feira, 10 de junho, com o indicativo de R$ 102,00 por saca, enquanto a soja disponível no porto de Paranaguá encerrou o dia nos R$ 101,00. Regiões de Mato Grosso como Rondonópolis, Primavera do Leste, Alto Garças e Itiquira tem preços acima dos R$ 90,00 por saca.
E o movimento vai se fortalecendo cada vez mais. Números trazidos pela Consultoria DATAGRO apontam que o Brasil já comercializou 87,5% até o último dia 5. O número é muito maior do que o registrado em 2016 – ano recorde – quando o índice de vendas era de 76,8%.
Assim, há cerca de 12,5% apenas da oferta da temporada 2019/20 para atender uma demanda externa que ainda pede a soja brasileira, além do atendimento à demanda interna, que vem forte, principalmente, do setor de alimentação animal. O ritmo de negócios agora é um pouco mais lento, com os produtores segurando o que ainda possuem da oleaginosa para aproveitar momentos melhores de venda.
A baixa forte do dólar frente ao real foi o principal fator de pressão sobre as cotações. A moeda americana passou a operar abaixo dos R$ 5,00 novamente e pesou imediata e diretamente sobre os preços da oleginosa brasileira. Assim, será preciso acompanhar o câmbio para entender para onde irão os preços.
E você? Já está com sua soja vendida?
Por Carlas Mendes