No início de abril de 2025, o mercado brasileiro de milho registrou uma acentuada queda nas cotações. Em Campinas (SP), o indicador do Cepea apontou que a saca de 60 kg foi cotada a R$ 84,63 no dia 4 de abril, marcando uma redução de 3,51% somente na primeira semana do mês.
A retração dos preços é atribuída principalmente à diminuição da demanda. Compradores estão cautelosos, já abastecidos e aguardando possíveis quedas adicionais para retomar as aquisições. Vendedores, por sua vez, têm se mostrado mais ativos, ofertando lotes adicionais no mercado spot, temendo novas desvalorizações.
Impacto do Clima na Segunda Safra
O retorno das chuvas nas principais regiões produtoras trouxe otimismo em relação à segunda safra do cereal. A melhora climática favorece o desenvolvimento das lavouras, sinalizando uma safra promissora e contribuindo ainda mais para pressionar os preços atuais.
Diante dessa conjuntura de mercado, produtores estão adotando uma postura mais defensiva. Muitos estão revisando estratégias comerciais e optando por negociações antecipadas para garantir margens mínimas, frente às expectativas de safra abundante e cotações possivelmente ainda menores.
Reflexos no Mercado Internacional
A situação interna do mercado brasileiro de milho é acompanhada com atenção pelos operadores internacionais. Um aumento na oferta nacional pode impactar as exportações, afetando a posição competitiva do país em relação a outros grandes produtores, como os Estados Unidos e a Argentina.
Custos de Produção ainda Altos
Embora os preços estejam em queda, os custos de produção permanecem elevados, especialmente devido ao alto preço dos fertilizantes e insumos importados. Isso cria um cenário de margens apertadas para produtores, especialmente os pequenos e médios.
Produtores têm enfrentado dificuldades logísticas e falta de capacidade adequada de armazenagem, agravando a pressão para vender rapidamente a produção. Esse fator estrutural também colabora para a volatilidade dos preços observada no mercado.
Especialistas apontam que a volatilidade continuará predominando no curto prazo, com possíveis oscilações influenciadas pelas condições climáticas e pela dinâmica entre oferta e demanda internas e externas.
Recomendação ao Setor
É fundamental que produtores e empresas envolvidas no mercado do milho acompanhem de perto as variações e adotem estratégias eficientes de gestão de risco. Ferramentas de proteção financeira, como contratos futuros e operações de hedge, podem ser essenciais neste momento.
O mercado do milho enfrenta um período de preços em queda, impulsionado pela demanda retraída e perspectivas otimistas para a segunda safra. Produtores devem estar atentos às tendências e preparados para gerenciar os desafios impostos por um cenário econômico cada vez mais volátil e desafiador.
Fontes: Cepea, Globo Rural, Agrolink, Canal Rural.
